Nú, Está

Dentro de 72 horas saberemos das presidências da câmara e do senado. Estamos mil anos adiante. Há um certo temor devido às punições àqueles com ausência de decência para exercício do cargo. Somente bandidos e foras da lei podem exercer a função. A punição será sempre a morte; aquele que mata, também é o que morre. A exclusão deste membro malfeitor levará com ele todos os seus, que podem na ausência deste chefe familiar - por ficar fora do juízo, poderem também serem mortos; segue a mesma regra: o que mata, morre.
         
Estamos inaugurando nesta legislatura duas novas leis que deverão valer. A primeira que torna aos olhos do cidadão, que vê o parlamentar, na figura de um lobo, pode, de imediato abatê-lo. Neste caso, vale a regra segunda: o que mata, não morre. Esta condição felina somente ocorre se ele, no curso do mandato, transparece no físico o que seu inconsciente manifesta.

Outra possibilidade da mesma punição acima ocorrer é que no exercício do mandato, ficar o dito cujo, num limiar de indiferença. Neste mundo atual onde o parlamentar sai da condição de bandido para a do homem-animal, conclui-se que a nenhuma condição pertencer. Assim sendo será abatido por quem se interessar.

Seria este o estado do homem que na natureza significa. É dela, a natureza, ser dada a última palavra em abalizar corações e mentes destes agentes políticos.

A cidade e seu povo saberá destas ações pela imagem que a natureza projetar deste parlamentar e da qual ele desconhece. Saem dum estado de fora-da-lei para o besta-fera, e com isto adentram uma zona de matar, onde abatido torna-se homem, povo. É humanizado.

Ele anda nu e adquire a liberdade de se vestir a partir do cumprimento de pensar publicamente. Quando em andanças para exercer o seu poder natural, qualquer cidadão tem o direito de puni-lo; caso mostre em partes do corpo a sua felinidade.

Ao bandido lhe é dada a condição de se excluir desta situação, e o faz se chegar ao fim do mandato num estado puro de natureza. Sem máculas.

Às lideranças que comandarão as respectivas casas, caso sejam elas desobedecidas pelos seus pares, se verão obrigadas a usar de toda a violência. Tomada em último nível desta escala de violência, seria o caso de transformar o seu colega na condição de sacrificável; habitando para sempre a condição de pária.

Os dias eleitos como sem prática do mandato e que não devem ultrapassar cinco dias, pode o parlamentar exercer sua folga, vestindo alguma roupa que ele procura debaixo de pedras e cantos de esgoto para poder circular entre o povo. Caso se perca e não volte, a sua permanência entre a multidão se dará dentro das mesmas regras com base em suas ações medidas pela natureza ao abalizar coração e mente. Só que desta feita ele não é morto quando decresce neste nível de sociabilidade, ele vira coisa; tipo: pedra, areia, pó.

Caso a natureza nada dele revele, os seus podem expô-lo, passando estes a servir em seu lugar. A cidade, se corrompida, dissolve-se por ter escolhido ter uma duração limitada; ou permanece. Nesta última condição, ela, a cidade, é qualificada como “zona de indiferença”. Nesta zona, o alimento a se consumir serão eles próprios; devorar-se-ão até o extermínio completo da cidade que irá dissolver lentamente.

Esta será de primeira, as novidades. O concurso deste ano teve como regras o “lamber pernas” e o “desafio de implorações”. Os ganhadores foram aferroados em estribos de cavalo e levados ao parlamento para a posse.

O presidente, maravilhado com a humanidade destes vencedores aguarda ansiosamente para levá-los consigo para o rastejo na rampa.

Este é um mundo real; prá mim. Apresente-me o seu.

Ano MMMXIX, verão.

 por Edmar Camara

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