4# A ciência habita um ser exilado do mundo
4# A ciência habita um serexilado do mundo
Síntese: a ciência habita um
mundo pela técnica. O ser se vê exilado do mundo que não mais habita em si.
Desfrutamos um mundo moderno onde
uma sociedade tem como força de integração social a informatização que equipa
indivíduos para uma vida pautada culturalmente pela ciência. Esse Ser reproduz
a consciência de conteúdos cientificados em condições de dissolução e
enfraquecimento de laços sociais, o que se denominou intitular de modernidade
líquida. A ciência se articula e se impõe com competência ao engajar-se
forçosamente na resolução e na identificação da consciência do conhecimento.
Há por parte dos veículos de mídia
interesse em estar presente na transmissão desse saber apresentando - cada vez
mais, temas e debates próprios do mundo científico como condição de emergência
para questões - inclusive, de maior valor na fluidez social desta sociedade.
Este é um cenário de clara
oposição daquele Ser que se obriga a saber mais de si-mesmo. Se vê, então –
este Ser, fazer parte da exclusão de um mundo que nele não repercute esta
liquidez de um saber que encena somente uma parte ínfima da natureza.
E uma parte congelada, no sentido
de não conseguir – a ciência, conter toda a complexa beleza do mundo criado. É
muito menos que um recorte, um instantâneo, pois a análise feita e capturada
pelo saber cientifico está sitiada pela própria história - que não é
rígida.
Podemos admitir que se assemelha
a uma verdade pontual pois sua significância se resume ao conhecimento de um
micro ponto de um todo. Por comparação, é como recolhermos uma gota de água de
um rio de milhares de quilômetros de extensão e querermos induzir uma fórmula
que se aplique válida para toda a agua deste rio, que ao longo de seu curso
sofre e recolhe uma série infinita de fenômenos que lhe são próprios e que
depende - por sua vez, de uma quantidade enorme de possibilidades de existência
de outros fenômenos previstos na natureza onde este se contém; que em última
análise, irá provocar resultados discrepantes em outras amostras de uma
diferente gota de água recolhida em nova amostra de um situs distinto.
E assim como a vida, o rio não
para de seguir adiante no tempo e no espaço.
O que faz então a ciência em
tentar se aproximar e fazer-se inteligível para esta massa sociológica? Em
termos gerais e mais amplos a longo prazo, quais seriam as rupturas a serem
produzidas neste Ser que se descobre num mundo que o afasta de si-mesmo, por
não se levar em conta os muitos fatores culturais e mentais que lhe acometem a
todo o tempo – de forma incansável e brutal? Seria legítima esta ciência que
matematiza a natureza e o ser vivente? Quem mudou? O homem ou a ciência?
Vulgarizamos o Ser e o colocamos
num enquadramento desconfortável por situá-lo num território repleto de
armadilhas e modelos cientificados.
A partir destes questionamentos é
possível anunciar: o mundo não mais o habita e sim, é ele que habita o mundo; e
neste mundo, o Ser é somente uma coisa, dentre outras, a ser estudada,
recortada e publicada como um exemplar teórico.
Neste mundo cientificado, o Ser
se descobre exilado, por não saber defender-se de uma ciência que não o reconhece
como um mistério não desvelável pelo outro, exceto por si-mesmo.
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