Colisão de Mundo
10 dias após a derrubada das torres gêmeas no atentado terrorista em
setembro de 2001 nos EUA, um imigrante indiano é atacado a tiros em Dallas por
um "vigilante" nativo.
O indiano sobrevive com a perda de um olho - ocasionado pelo tiro na
cabeça. Se não bastasse, a sua noiva o abandona, bem como o dono do minimercado
onde trabalhava o despede.
Expulso do imóvel, alia a questão de ser um novo desabrigado com a dívida
médica de 6.000 dólares - incluso a taxa de ligação pra ambulância. What????
Ele perguntava a seu Deus como poderia retribuir a segunda chance que
tivera: em manter a vida. Acreditava que esta nova vida deveria valer a pena.
Os Estados Unidos do sonho se divide numa República de Medo. Naquele
pedaço do território americanos, duas Américas colidiram brutalmente.
A família do indiano implorou pelo seu retorno; mas ele insistiu para ver
e realizar o "sonho" americano.
Encontrou trabalho de telemarketing e de garçom; após um período e
capacitação, de consultoria em TI.
No julgamento de seu caso, ele percebeu existir uma América disfuncional:
nativos americanos possuidores de infâncias corroídas pelo caos familiar, dependência
e crime. Uma América mesquinha.
Muitos nativos norte-americanos entram na vida adulta pela porta de
demônios que os condenam: maus pais, más escolas e péssimas prisões. Algumas
mães reclamam a seus próprios filhos o motivo de terem nascidos: não terem tido 50 dólares para o aborto.
Esses garotos estavam sendo presos antes de ter barba. Com pais ausentes
e alimentado por drogas, o seu agressor era um deles. Não por surpresa,
aguardava no corredor da morte. De todas as acusações que foram autoradas, o
indiano foi o único a ter sobrevivido.
Estando no corredor da morte, o agressor se viu - finalmente, humanizado.
Se deu este "milagre" devido a ausência de antigas influencias.
Jornalistas o procuravam, assim como pastores; os quais o ajudaram a se
questionar e orar.
Encontrou-se com seu Deus; lastimou as muitas tatuagens e se tornou um
voraz leitor. Enfrentou seu próprio ódio. E após 10 anos soube que o indiano
estava a lutar pela sua vida.
O indiano - em sua peregrinação desta "segunda vida", queria
demonstrar sua gratidão ao servir à humanidade. Agora - após reconstruir os
"tijolos" de sua vida, queria - a dívida, pagar.
O indiano buscava interferir no ciclo de vingança: ocidental x oriental.
Então processou o Texas e o governador daquele Estado, para impedir a execução
do seu agressor.
O indiano percebeu que seu quase carrasco era um subproduto letal da
América ferida. Um refugiado implorando ao país adotivo que tivesse clemência
pelo próprio filho legítimo.
É possível perceber a colisão da América que sonha, que luta, que ainda
imagina um amanhã hoje, contra a América que renunciou a um destino; mergulhada
que está na comunhão tribal de sua própria estreita espécie.
O indiano pertence à América dos sonhos, embora tenha sido atacado,
desabrigado e traumatizado pela América do caos pelo nativo branco.
EUA - berço das maiores empresas e fortunas, são simultaneamente o
melhor, e quando em vezes, o pior. De um lado suga jovens vidas, enquanto do
outro lado, é preocupantemente perfeita.
Antes de ser morto pelo Estado, o indiano e o nativo norte-americano se
falaram "perdoo você e nao o odeio"; "obrigado de coração; te
amo mano".
Após a execução, o indiano procurou a filha do seu agressor e ofereceu
ajuda. Ela era uma ex-condenada e viciada. Um desfile generoso de segundas
chances.
A América perde seu brilho ao permitir que todo americano se torne
"alguém". São poucos nativos que conquistam um crescimento. As
pessoas estão desmoronando. Vidas desconectadas numa sucessão empobrecida.
E do outro, elite de educados numa matriz de trabalho endinheirada e
conectiva. Se os nativos nao sabem disso, pode ser que nao se incluam ser parte
do problema.
A América e seus nativos enfrentam um problema de moral e nação, onde
campanha de tuitaço não resolve. Devem todos - em seus respectivos territórios,
se questionar: o que pode fazer? O que podemos fazer? Como construir uma nação?
Na função de escritor, posso cobrir histórias, buscar idéias; viver e
ensinar coisas. Aprendermos a andar, arar, forjar: fazer juntos numa república
de não duas, mas de muitas chances; e renovadas.
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