REDES tecido social


TECIDO SOCIAL
REDES 



Ao final da vida o que ocorre com os que estão a sua volta? E o que se vislumbra com aquele que fica? O que acontece com aqueles que cuidam deste que esteja em final de vida? E ainda, com aqueles que mantêm contato com este cuidador que ampara física e emocionalmente este que esteja se despedindo da vida biológica fim de vida? E avancemos para imaginar qual seria o impacto de todo este tecido social que envolve essas pessoas que estão a passar por esta experiencia? 
Nessa perspectiva podemos deduzir que pessoas avançam sempre em pares, e que estes pares conectam outros pares, que individualmente se relacionam entre si pelo afeto, união, interesses comerciais, culturais, religiosos, dentre muitos. São vastas conexões de uma beleza complexa, onipresentes e muitíssima elaboradas.
De alguma forma estas redes nos afetam? E como se formam e operam?
Será que um hábito adquirido por um destes pares pode se espalhar como numa epidemia, aos demais da rede deste tecido, infinitamente humano?
Seguindo este parâmetro, se num universo de alguns milhares, pudéssemos incutir o hábito da leitura, isto poderia resultar num novo agrupamento surgido ao acaso de novos leitores? Seria assertivo afirmar que haveria um alcance - e neste hábito, podermos mapear seus tamanhos?   
Já sabemos que as chances de você ser obeso é de 50% a maior se um de seus pares já o for. Em relação a um grupo mais distante de sua relação em rede, este percentual praticamente aproxima-se de zero - quando mais se alonga esta pessoa que da extremidade de sua rede; as vezes – e muita das vezes, nem se conhecem.
Há uma espécie de indução gradativa de espelhamento. Você lê – e por espelhamento, eu leio; você ganha peso - também ganho eu. E assim formam-se os vínculos por partilharem de similaridades físicas e, ou de costumes e, ou hábitos. Outras vezes possa ser que seja pela simples exposição de um para com o outro – e vice versa. Comportamos assim por estarmos, ambos, expostos na mesma vibe daquilo que seja aceitável no grupo.
Aí o conceito se espalha e se torna norma adequando que “talvez” a responsabilidade deste fato não seja de seu alcance. Culpe o outro; ou culpe a si pela atitude do outro.
Mas, se no caminho da existência desta estrutura de rede, algumas pessoas se perdem pelo caminho, como estes princípios perduram? O que os difundem?
O problema (solução) neste tecido social é que ele é multicêntrico; não há um paciente zero. São muitas pessoas fazendo muitas coisas a todo instante e ao mesmo tempo nas mais muitas variedades de técnicas e vínculos.
Façamos um recorte e nos posicionemos quanto à emoção. Não somente as experienciamos como as demonstramos para que o outro possa percebê-la. O que – muitas vezes, este outro passa a copiar por alguma espécie de contágio numa áurea de carregada de primitivismo do instinto breve comunicacional; que opera deste sempre. Talvez haja em cada um de nós uma correnteza emocional abaixo da superfície calma ou raivosa que se mostra nos surtos da rede a qual esteja e faça parte.
Estamos - olhando para todo o tecido social, que as redes são sucessivas e infinitas. São retalhos de emoções que se intercalam por breves momentos no retalho de tempo que flagram algumas pessoas felizes, e outras, infelizes. Assim, as emoções não são de fato experiências individuais, e sim, coletivas. Se pudéssemos alocar cores, tipo: amarelo para felicidade, e azul para infelicidade. Poderíamos aferir que a cor azul, numa escala de três graus de separação na rede, estejam nas extremidades desta rede? De algum modo, em nossos genes, encontraremos esta mesma estrutura? O ser humano está a evoluir para repetir a si mesmo? Agora; num modelo de rede social? Afinal, qual seria a sua posição nesta rede? Está ocupando um ponto central neste emaranhado de pessoas, ou fica mais na extremidade como estratégia para pular fora dela o mais rápido possível quando esta lhe atingir desfavoravelmente?
Note que localizações diferentes na rede, implicam em situações distintas. Outro detalhe é que o número de pessoas as quais esteja conectado tem a ver com sua herança genética. Alguns nascem tímidos, outros, sociáveis. E isto implica no comportamento de sua própria rede. Alguns apresentam-se a si e aos outros na sua rede; outros não. No primeiro há maior vínculo e entrosamento, num denso emaranhado de tecido humano.
Bem, afinal, o que isto nos ajuda a enfrentar problemas que esteja a nos afetar? Ajuda e muito. As redes são tipos dito especiais por se equivalerem ao seu capital social. Novas propriedades surgem e se desdobram nestas redes, fortalecendo os indivíduos dentro delas.
Uma imagem ilustrativa seriam os objetos grafite e diamante. Embora constituídos de carbono; no primeiro a composição é dispersa, e no segundo, é de muita proximidade. Um é macio e escuro, o outro é duro e claro. O interessante que essas propriedades: maciez, claridade, dureza e escuridão, não residem nos átomos de carbono que encontramos no grafite e no diamante. Elas simplesmente existem por conta das interconexões dos átomos que compõem os respectivos objetos.
São os vínculos entre as pessoas é que fazem o todo ser maior que suas partes. Então se as pessoas perdem ou ganham peso, leem pouco ou muito, se são pobres ou são ricas, se são felizes ou tristes, deve-se mais a arquitetura real de seus vínculos na rede em que se conectam e desta emoção que gira em torno de todos as quais espelham coisas que transitam e fluem a partir de todos.
Isto um pouco explica a difusão de um modismo, a corrida pra quebra de bancos ou mercados ou a adoção de inovações. Muito semelhante às propriedades de um bando de pássaros, que unidos, voam milhares de quilômetros e estacionam exatamente no mesmo lugar de sempre num ponto que na sua inicial não fosse, ainda, visível.
Estar conectado em rede supera os esforços de nela pertencer. E redes se sustentam pelas suas coisas boas. As que forem ruins, por si, não se sustentam.
Passe a dedicar-se mais às suas redes; alimentando-as com altruísmo, amor, idéias e coisas valiosas e boas.
Creio que as redes estejam relacionadas ao bem; e que o mundo e nós, dela, precisamos.

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