Amazonia ardente


AMAZONIA ARDENTE
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Um festival internacional de indignados com a queima da Amazônia, mostrou o quanto estas celebridades e chefes de Estado, bem como de aproveitadores de plantão desconhecem – de fato, este território, e as condições que movem as forças gigantescas da natureza, sem mencionar algumas assertivas falsas ao nomear a floresta como o pulmão do mundo.
Madonna, Jaden Smith, Leonardo DiCaprio, Cristiano Ronaldo, Emanuel Macron, somente para citar alguns “sábios” exploradores do universo que ilustraram seus confiáveis posts com imagens de algumas dezenas de anos no passado e de lugares totalmente distintos no Brasil e no mundo, como Índia e Suécia – sabem tudo da Amazonia.

Pelo menos a CNN e New York Times não surfaram totalmente nesta vibe, mas repetiram o mantra de “pulmão do mundo” justificando a produção – pela floresta, de toneladas de oxigênio por aprisionarem o dióxido de carbono que é – afirma o Times “uma das principais causas do aquecimento global"- outra falácia. É como – na ausência de papel higiênico, limpar-se com a mão infiel, e na sequencia, finalizar com a mão obediente. Saíram – todos, borrados e malcheirosos.
Escritor e cientista, o Doutor em Floresta por Yale,  Dan Nepstad já afirmou inúmeras vezes que essa coisa de “pulmão do mundo” e aquecimento global não passa de besteirol. Assim como o Ricardo Felício – nosso também doutor, que afirma “Não há ciência por trás disso. A Amazônia produz muito oxigênio, mas usa a mesma quantidade através da respiração por isso se trata – nada mais, nada menos, de uma lavagem"

Especialistas afirmam desde sempre “As plantas usam a respiração para converter nutrientes do solo em energia. Usam a fotossíntese para converter a luz em energia química, que pode ser usada posteriormente na respiração”.
Indicadores demonstram que o número de incêndios em 2019 é realmente 80% maior do que em 2018, mas é apenas 7% maior do que a média ao longo dos últimos 10 anos atrás.
Leonardo Coutinho – jornalista ambiental e correspondente amazônico por quase uma década, já tem dito em livros e debates “é tudo fumaça política”; e continua “no governo Lula, quando Marina Silva assumiu como gestora do meio ambiente - anos 2003-2008, foi quando que o Brasil teve a maior incidência de queimadas”, mas “nem Lula nem Marina foram acusados de colocar a Amazônia em risco."

Coutinho sugere que a mídia e acusadores façam uma busca na web por " Amazônia" e "floresta amazônica" ao longo do tempo. Saberão que a situação era inegavelmente pior. “O momento presente não justifica a histeria global", argumenta.
Para um observador ocasional, dói ver a perda de dezenas de altas catedrais da biodiversidade terrestre queimando no chão, como nas fotos publicadas. Mas a verdade é que a imagem é por si só mentirosa. Os incêndios florestais da Amazônia são escondidos pelo dossel da árvore e só aumentam durante os anos de seca.  
Nepstad adianta "Tenho trabalhado em estudar esses incêndios há 25 anos e as nossas redes humanas [no terreno] estão rastreando isso." Os incêndios de hoje tem como origem a esfoliação seca do material depositado ao solo e de árvores cortadas para pecuária - como uma estratégia para obter a posse da terra.
A verdade é que metade da Amazônia está protegida contra o desmatamento por determinação legal federal - e 80% da floresta permanece de pé.

Andrew Revkin – escritor e antigo repórter do Times e atual diretor fundador do Instituto da terra na Universidade de Columbia, textualiza: "Poucas histórias na primeira onda de cobertura da mídia mencionaram a dramática queda do desmatamento no Brasil e que apenas 3% da Amazônia é adequada para a agricultura de comodities – como a soja.

Ambos, Nepstad e Coutinho, dizem que a ameaça real é de incêndios florestais acidentais em anos de seca, e que a mudança climática poderia piorar. A narrativa internacional açodada por maus brasileiros – dos quais podem todos suspeitar de que espectro ideológico sejam, é polarizante e divisiva. O código florestal criou inúmeras restrições para o uso da terra, o que causa alto custeio ao agricultor brasileiro. O fundo amazônico – agora rediscutido, ainda não abriu caminho para ressarcir estes agricultores amazônicos e que em seu esmagador montante serve para alimentar o custeio das próprias ONGs que dele se alimentam; assim como o próprio poder público.
É gritante observar que outros incêndios florestais pelo mundo são vistos como uma vulnerabilidade natural da floresta, enquanto que no Brasil, uma indignação faz o apontamento de dedo acusador de “almas puras”.

A decisão – agora, de enviar o Exército, reforçado por grupamento aéreo – por pressão da mídia internacional e local, aufere uma onerosa legitimidade que torna os pequenos agricultores vilões na busca de usarem queimadas controladas para rebater insetos e pragas. A reação da mídia estrangeira, celebridades globais e ONGs são mostras do inconformismo das elites falaciosas mescladas de ódio ideológico. Há ainda o viés político comercial, onde Macron intenciona “desligar” a entrada de produtos alimentares brasileiros na Europa.
Apesar das mudanças climáticas, do desmatamento e da cobertura generalizada e enganosa, seria producente fazer uso deste momento, como o ideal na busca de reparar a relação do Governo para com os agricultores - objetivando buscar soluções mais pragmáticas.
O agronegócio é que tem auxiliado o Brasil na travessia da recessão que o país enfrenta.  Bolsonaro deverá pensar numa aliança que envolva agricultores, povos indígenas e organizações sérias; assim como a mídia também deveria tomar posse em melhorar a sua cobertura da questão – e que esteja longe dos interesses divergentes. A Amazônia e seus problemas atravessam governos; e são duradouros.

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