Filosofar na Infancia

Filosofar na Infância

Em janeiro de 2001, então residindo na capital pernambucana, um evento chamou-me a atenção "...Educação para o Pensar..." e um fato "o pensar dos alunos no âmbito escolar". Hoje, recebi um convite do ente municipal de educação em São Mateus sobre outro evento sob o mesmo tema "..o ocupar da filosofia na infância escolar". Esta proposta de aproximação da filosofia entre crianças, impacta a todos nós. Na artistagem - onde milito, enxergo que somos - nós seres humanos, todos, dotados do dom da criação do filosofar. O homem, em seu sentido amplo, estabelece desde sempre, uma relação contínua e que se perpetua ao logo do seu caminhar pela vida ao se representar coletiva ou individual, imaginariamente sua realidade ou simplesmente as suas idéias e reflexões particulares. E isto ele reflete em sua alma artista, e atua no seu filosofar ao conquistar sua emoção e sentimentos. É o corpo reflexionante, sujeito da percepção que possibilita a todo ser relacionar-se com o mundo e seu mundo que o habita. Penso a criança como atora, indo além da forma dualista do aspecto de função serviçal. Como criança, ela tem o privilégio de um filosofar libertado, fora da ordem e de regras impostas, pois o mundo que nela habita é sensível e questionador, assim como a arte. Isto não é nenhuma novidade, afinal, Paulo Freire - desconhecendo Lipman, trouxe para a arena da Educação, o método comeniano de ensinar tudo a todos. Então pensar a educação pelo viés do diálogo com a filosofia e a arte como expressão deste pensar, é um desafio como a "fuga do nu", que não se deixa encarcerar pelas vestes que o aprisionam.
O Seminário Internacional que ocorre em agosto de 2018 na cidade de São Mateus / ES, sobre "filosofar com infância" busca uma superação das mesmices, criar um linha de fuga, desocupar o vazio da desnecessidade, enfim, evocar no ambiente escolar ecos de musicalidade discordante; o aprender em inventar problemas no encontro com o pensar e seus signos.

"O pensamento é nômade assim como a ponte que chega e parte, que vomita e grita, mas que não silencia."


De Edmar Cãmara, um forasteiro que pinta com palavras.
www.imaginalclub.com
@meuimaginal




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